sexta-feira, 25 de junho de 2010

The time

Fazia demasiado frio, era mais um fim de mais uma tarde cinzenta no ínicio de julho. No entanto nada econtrava-se mais gélido que seu próprio coração tomado por um vazio imenso. Não haviam respostas para muitas de suas questões internas, isso a ângustiava. Caminhava destraídamente ao redor da praça, o relógio da Igreja tiqueteava ruidosamente, 18:30. Estava na hora de voltar para casa, logo o frio tornaria-se insuportável, mas não sentia necessidade de voltar, ficar trancada em seu apartamento, presa entre quatro paredes silênciosas e tristes, sentou-se em um dos bancos. E apesar de estar sobrecarregada de trabalhos, tanto de seu emprego quanto da faculdade, havia uma intrigante vontade de ficar ali, ganhar um precioso tempo para si, pôr tudo em seu devido lugar lá dentro. Acreditava piamente que era tudo questão lógica, e que após muito refletir sobre tudo aquilo, todas as feridas estariam cicatrizadas e talvez assim todas as questões respondidas. Destraiu-se observavando o vai-e-vem de carros e pessoas na rua movimentada em função do horário, hora do rush, uma confusão da qual não queria fazer parte, ao menos por este primeiro momento, deu a sí esse pequeno privilégio. Algumas pessoas saiam dos supermercados com suas sacolas cheias de compras, vez ou outra tentava advinhar ao observá-las o que haviam comprado, quais suas necessidades. Algumas pessoas caminhavam muito depressa, questionava-se para onde estariam indo. Milhões de possibilidades eram imaginadas para esses destinos, algumas estariam indo para casa, ou talvez para algum compromisso importantíssimo, faculdade, ou até para uma longa jornada de trabalho noturno. Encontrava-se absorta. Eram ela e seus pensamentos, unica companhia diante a uma imensidão de pessoas que pareciam tampouco notá-la, pois certamente não a estavam notando, sem muito tempo, estavam todos muito apressados, correndo contra o relógio. Em sua rotina diária era exatamente como todos os outros, fôra enfim confortante para ela saber que um dia que era para ser  igual a todos os outros, foi diferente, foi só dela. Abster-se daquilo tudo, a fazia bem, mesmo que por instantes, instantes aliás que lhe valeram o dia. Mesmo porque, as suas questões, estas continuariam sem respostas, no fundo sempre soubera disso. Algumas perguntas nunca serão respondidas.