quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mãe, você é canceriana, já disse que não gosto de cancerianos né? só me f*** com estes... Mas, como a gente não pode escolher mãe né, haha.


Brincadeira, e já que tu irá ler este texto, vou escrever algo bonitinho, vamos lá;

Eu sei tudo que tu passou para mim estar viva hoje, das barbaridades que meu pai te fez, eu queria poder recompensar isso. Agradeço por não ter me deixado morrer, eu no teu lugar teria desistido, agradeço pelas vezes, muitas vezes que fostes me levar no hospital a pé, na garoa gélida por meu próprio amado pai, não querer nos trazer, na merda de carro dele. [tomara que pegue fogo com ele dentro] Ta certo, o carro vale mais que a filha, pra ele eu sei que é assim, tudo bem, ele também não é nada para mim. E não é pelo que ele fez comigo, é pelo que ele fez contigo. Por cada coisa que ele fez, coisas que são fortes demais para citar aqui. Por saber da doença grave da filha e com certeza ter cogitado a idéia de abandona-la a própria sorte, até a morte, talvez. Tudo isso, quando eu ainda tinha dois anos. E é só o começo da história né mãe? de tudo que passamos, das histórias, dos choros que tu escondia de mim e que eu infelizmente sempre percebi. Do meu amadurecimento precoce, que tu mesma admite. De nós duas, sozinhas no mundo, desde sempre e para sempre. Eu vou estar contigo até o fim, eu ainda lembro dos teus olhos quando eu estive no hospital, quando todos disseram que não, eu não teria chances. Das palavras de consolo, dizendo que eu ia conseguir. Lembrar tudo isso, sempre faz com que as lágrimas venham, isso que passamos por muitas coisas mais. E somos felizes, eu tenho a ti e você a mim. Somos felizes porque nunca nos entregamos, lutamos, foi o que fizemos. Obrigado por tudo, mulher de fibra a qual tenho orgulho de chamar de mãe. Parabéns por mais um dos teus dias, pra mim, todos os 365 sao teus. Quarenta e dois TÃNÃNÃ! (L)