terça-feira, 27 de julho de 2010

Lagrimejava, não queria, mas precisava, puxou o celular e discou o número ao qual nem precisava olhar o visor do celular para digitar, sabia de cór onde estava cada tecla do mesmo. Como um viciado que precisa da droga, ela precisava da voz dele, excepcionalmente como quem precisava daquilo para viver, naquele momento era tudo que lhe faria bem. Talvez por uma ultima vez, embora soubesse que a ligação entre ambos não os deixaria afastados ao menos por espírito, estariam sempre juntos, até que a morte os separesse e na verdade, nem ela. Algum dia, uns 30 anos ou 5, sabe-se lá, iria ligar novamente, para saber como andava, o que mudou. Se está casado, se a esqueceu, mesmo sabendo que é sempre amor, mesmo que mude. Chamou...chamou, nada. Talvez não queira falar comigo, concluiu. Deitou-se, dormiu e assim que acordou voltou a ligar, um pouco tarde mas não para ela, sempre tão íntima. Atendeu, ouve alguns segundos de silêncio e falta mútua do que dizer, cortado apenas pelo choro incontrolável dela, do outro lado da linha, ele que reconheceu aquele choro, aquele que nunca esqueceria. Respirou fundo e disse:


- Olá querida, por que está me ligando tão tarde? nenhuma resposta do outro lado da linha, então ele prosseguiu

- O que aconteceu? eu não posso falar agora, minha garota está no quarto ao lado- ainda sem resposta acrescentou

- As vezes gostaria que você fosse ela.

Pronto, era o que precisava ouvir, mas não quis simplesmente desligar na cara dele. Seria ridiculo, infantil. Então ouve um suspiro e um "Eu te amo" quase inaudivel. Mas que a ele soou perfeitamente bem.



tu tu tu tu... desligou, a vida era a mesma agora, tudo no seu devido lugar. As vezes precisava saber sobre aquele amor, para saber mais sobre si mesma, dependência.
 
 
 
sim, musicas.... musicaaaaaaaas!